Um antialérgico chamado Dimebon, usado originalmente na Russia há 30 anos atrás, e esquecido desde que antialérgicos mais modernos entraram no mercado, está se mostrando eficaz no tratamento da Doença de Alzheimer. Hoje a revista Lancet publicou o resultado de uma pesquisa conduzida na Rússia que comparou o Dimebon X  Placebo em pacientes com Doença de Alzheimer nas suas formas leve e moderada. O uso da droga mostrou-se seguro com melhora de desempenho em todos os critérios pesquisados, tanto cognitivos quanto comportamentais. Novos estudos com a droga já estão anunciados, e a medicação pode se tornar uma importante arma no tratamento da Doença de Alzheimer, e com custo muito mais em conta do que as drogas atualmente aprovadas.

 

O estudo russo chama-nos muito a atenção para a questão econômica e de otimização de recursos de pesquisa. Às vezes drogas sintéticas ou naturais que já existem para o tratamento de uma certa doença podem ser valiosas para outras doenças também. Há uma semana atrás um importante estudo foi publicado na revista Science mostrando justamente isso. A lógica de identificação das potenciais novas indicações terapêuticas de medicações foi baseada na identificação de seus efeitos colaterais. Os cientistas identificaram uma série de medicações de diferentes famílias que provocavam os mesmos efeitos colaterais e mostraram que essas mesmas medicações induziam ações similares do ponto de vista molecular / celular. É uma estratégia bastante fértil na busca de novas aplicações para medicações que já estão nas prateleiras das farmácias.